Conhecendo, explorando e revertendo as ortodoxias

Olá pessoal, tudo bem?

Conhecendo, explorando e revertendo as ortodoxias

Você muito provavelmente já ouviu ou usou a palavra ortodoxo, como por exemplo a expressão, “pouco ortodoxo”, que é usada para fazer referência àquele indivíduo ou a algo que não segue nenhuma regra tradicional, que foge do que é comum, do que é convencional.

Ortodoxo de fato, é aquele que segue fielmente um princípio, uma norma ou uma doutrina. Do grego “orthos” que significa “reto” e “doxa” que significa “fé”. É o que está em conforme com a doutrina religiosa tida como verdadeira.

Ortodoxo é uma expressão usada para fazer referência a algo rígido, tradicional, que não evolui, que é conservador, que não se adapta nem admite novos princípios ou novas ideias. É aquele que está em conformidade com os princípios tradicionais de qualquer doutrina.

Identificando as ortodoxias

Já a palavra ortodoxia aplicada dentro do universo corporativo, pode ser traduzida em uma convenção sobre o produto, mercado ou negócio, profundamente estabelecidas e amplamente compartilhadas, e que, quando identificadas, ajuda a quebrar barreiras e paradigmas, dando espaço para mudar o jogo no negócio.

Para identificá-las devemos ouvir primeiramente as pessoas internas da empresa, formando times multifuncionais com pessoas de diferentes habilidades, expertises, histórias, níveis de senioridade e tempo de empresa, para identificar o que elas pensam sobre a empresa. Devemos fazer um levantamento detalhado de informações e dados relacionados ao mercado, à indústria e aos processos internos, e ainda realizar benchmarking com outras empresas concorrentes ou de negócios similares.

Desafiando as ortodoxias

Colocando em prática, imagine 5 ou 8 coisas que você nunca ouviria uma pessoa falar sobre sua marca ou produto e quais ortodoxias elas representam, identificando assim as vulnerabilidades que elas representam. Com esse mapa, podemos questionar quais as novas oportunidades ou novas regras surgiriam, gerando assim uma nova descoberta.

Quando conseguimos avaliar os cenários onde a empresa não atua, levantamos oportunidades futuras de desenvolvimento, ou ainda temos a grande oportunidade de questionar o modelo de atuação.

Exemplificando, as Havaianas, marca do grupo Alpargatas, com as populares sandálias de borracha, com palmilha branca e tiras e solas coloridas, venderam milhões de pares em três décadas. Mas o sucesso, no entanto, chegou ao seu limite na década de 90. Sem grandes investimentos em marketing e no fortalecimento da marca, fez com que suas vendas despencassem, onde nem mesmo a fórmula exclusiva de seu material poderia salvá-la de uma difícil crise de lucratividade. E a ortodoxia a ser desafiada, era deixar que os chinelos fossem associados às classes mais baixas.

“Até 1994, tínhamos um produto único: era uma sandália de borracha de palmilha branca com tiras azul claro, amarelas ou preta, mas basicamente era uma commodity. Com a estagnação da marca, a gente resolveu mudar, conta Rui Porto, um dos diretores envolvidos em um dos projetos mais importantes da marca: a transformação do chinelo de pobre para a marca que todo mundo usa.”

Invertendo a ortodoxia

Imagine então, inverter a ortodoxia, criando cenários onde a empresa não atua, que se desdobram em novas oportunidades, questionando o porquê não, criando um ciclo de perguntas e a cada resposta uma nova descoberta, uma nova possibilidade.

Fechando o processo, podemos ainda, usar empresas que são referência no tema a ser explorado, e se fôssemos adquiridos por elas, quais seriam as prováveis mudanças que aconteceriam nessa nova abordagem de negócio? Quais as ortodoxias essas mudanças sugerem?

Imagine se a Toyota comprasse uma grande locadora de automóvel? Com essa ideia nasceu a Toyota Mobility Services, serviço de aluguel de carros, podendo ser alugado por hora ou por dia, e tudo feito por aplicativo. “Quando uma pessoa busca o TMS, ela não quer apenas ir do ponto A ao ponto B da maneira mais simples possível, ela quer desfrutar de uma boa experiência, com um automóvel completo, seguro e extremamente confortável, além, é claro, de estar bem amparado”, explica Miguel Fonseca, vice-presidente executivo da Toyota para a América Latina, a proposta aqui é oferecer um produto top e com flexibilidade de horário e permanência, diferente do que as locadoras geralmente fazem”, completa Fonseca.

O programa nasce da análise de mudanças no comportamento do consumidor:

  • Ele não tem mais planos de comprar um automóvel novo.
  • A percepção de que as famílias não precisam ter dois carros na garagem.
  • A tendência de economia compartilhada.

Fatores estes, determinantes para, não só a Toyota, mas outras montadoras, reverem seus antigos conceitos de atuação, para sobreviverem em um mercado tão competitivo e em crise.

Entenda os consumidores para construir algo desejável por eles e conecte os pontos, o futuro será uma combinação de tendências, questione e inverta as regras para buscar o não óbvio, precisamos pensar diferente, precisamos quebrar nossas ORTODOXIAS.

Cláudio, é designer, empreendedor e design thinker por essência. Casado, pai de dois filhos: Guilherme de 27 anos e Pedro de 7 anos. Atua há mais de 30 anos na indústria de bens de consumo. Desde 2016 é sócio fundador da Design4UX http://d4ux.design e Tutti Casa Soluções em Organização.

Autor: Cláudio M. da Silva

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